segunda-feira, 20 de maio de 2013

O casamento acabou?




Entrevista cedida pela psicóloga Marisa de Abreu para o site Nós Mulheres


Você sabe identificar quando seu relacionamento chegou ao fim?



1) Quando se identifica que um casamento chegou ao fim?

Psicóloga: Quando acaba de vez a possibilidade de dialogo. Quando o dialogo é substituído pela agressão. Quando não há mais empatia, ou seja um não consegue perceber o sentimento do outro, ele pode conseguir nomear, dizer que o outro sente raiva ou solidão, mas não se comove, este sofrimento não o mobiliza. Quando um dos dois já estiver envolvido emocional e romanticamente com outra pessoa e o único sentimento que mantém pelo antigo par é de dó.

2) Até que ponto dá para lutar por um relacionamento estável e qual é o momento de desistir?

Psicóloga: Enquanto um perceber que o amor do outro pode ser resgatado, mesmo que em pequenos momentos, há alguma esperança de que o dialogo volte a acontecer com intenção de reconciliação.

3) Existem casamentos perfeitos?

Psicóloga: Existem pessoas que acreditam que seus casamentos sejam perfeitos, não são, mas mesmo assim estes casamentos podem ser eternos pois a fantasia é um alimento muito mais poderoso do que a realidade. Para manter-se ao lado de alguém por toda uma vida é preciso de algo mágico, pois a realidade é bastante dura e quanto mais focamos nesta dureza menos temos vontade de continuar.

4) Quais hábitos do dia a dia podem tornar um casamento divertido e saudável?

Psicóloga: Novidades!  Nunca deixe cair na rotina. Não precisa de nada sensacional todos os dias, pimenta demais também enjoa, mas buscar novas conversas, novos passeios, novos interesses. Teste novas comidas, mesmo que dê errado e ninguém aprecie o novo sabor, ainda assim foi mais interessante do manter o velho conhecido. Tente novos estilos de roupa.

5) Por que dizem que os filhos atrapalham a relação?

Psicóloga: Filhos demandam muita atenção e energia. É preciso muita maturidade para que o filho agregue. Não é fácil impor todo um esforço para que o filho pare de jogar comida na parede e em seguida sorrir agradavelmente a parceiro.


Entrevista cedida pela psicóloga Marisa de Abreu – Obstáculos do  Casamento
Repórter Ivanilde Sitta – Revista Coop


1- Quais os principais obstáculos que acabam com um casamento?

Psicóloga: A falta de comprometimento. Falta de consciência de que casar é se unir a uma pessoa que teve uma historia de vida diferente da sua, que mesmo que  tenha a maioria dos valores que você tem ainda terá seus próprios  valores. O comprometimento será visível quando cada parte reconhece que esta união é importante para a estrutura de vida de cada um e que merece muito esforço para que continue de forma harmoniosa. Entender que casamento não serve para resolver a vida de uma das partes, mas para complementar e trabalhar pelo bem desta família. Entender que casamento não deve funcionar no sentido de “me dê, me ajude, faça por mim” e sim funcionar no sentido de “vamos fazer juntos, pensar juntos e definir o que é importante para todos mesmo que eu tenha que abrir mão de algum objetivo mais egoísta”.

2- Na sua opinião, o casamento hoje em dia está sendo encarado pelos parceiros com algo descartável? Ou seja, se não der certo, separa e casa com outro?

Psicóloga: Não. Ainda acredito que a maioria das pessoas casam com a expectativa de que vá dar certo, ou seja, que continuará por toda vida e que esta nova família será a família definitiva. Pode ser que uma minoria tenha o pensamento do casamento descartável mas acredito que seja mais por auto defesa, ou seja, se não der certo ele se defendo dizendo que não pretendia ficar muito tempo casado mesmo – é uma forma de não assumir responsabilidade pelo que  deu errado.
Mas não devemos negar que a possibilidade de separar e casar com outra pessoa para corrigir um erro de avaliação ao se unir a 1ª pessoa é algo recente e positivo (na minha infância ainda ouvia-se falar do casamento eterno mesmo que com sofrimento). A possibilidade de separação ajuda as pessoas a colaborarem mais para um casamento melhor, pois o medo de perder faz a pessoa pensar em formas de não perder.

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